quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Viagem

Ora bem, já cheguei à Índia!!! =) Depois de 18h de viagem chego finalmente ao meu destino.
Em Lisboa, chegamos bem cedo ao aeroporto para fazer o Check-in (e já que vou viajar, que seja com os melhores, por isso Emirates aí vou eu =P), fico logo preocupada ao saber que afinal a mala não segue directa para Goa, e que vou ter de fazer novo check-in no aeroporto de Bangalore e pagar excesso de carga lá. Após um almoço que consistiu em uma tosta mista e uma mini garrafa de leite com chocolate (cerca de 6€), sigo para o embarque, e então começou a parte difícil, a despedida dos meus pais. Sou menina da Mama e admito, custou-me imenso deixá-los para trás e começar tão longe esta nova vida, em que eles não podem estar comigo. Após umas lágrimas, lá sigo para a porta de embarque, ao chegar deparo-me com quem? Nada mais nada menos que o grande Senhor Marco Paulo, e deixem-me que vos diga que não tem nada cara de simpático. Depois de uma hora de espera, entro para o avião e olho para tudo como um "burro olha para um palácio", encontro o meu lugar e fico surpreendida por tanta comodidade, ecrãs individuais com uma biblioteca de filmes, séries, música, audiobooks, rádios, enfim, nem uma volta ao mundo daria para ver tudo aquilo; manta para dormir, almofada, auscultadores e telefone individual que também controla a luz pessoal e a "televisão"...depois de me sentar caiu em mim, com tanta coisa, e afinal o assento em si não é assim tão cómodo. =\ O avião descola (e como tinham recomendado ia a mascar uma pastilha) e descubro que não são os meus ouvidos que me dão problemas, mas sim o meu estômago e os meus nervos...fico com a barriga colada às costas e quase que tenho um ataque de pânico, felizmente durou pouco, ao estabilizar comecei a sentir-me confortável, tiro os sapatos, desaperto o cinto e o botão das calças. Então começa uma longa pesquisa...onde é que se ligam os auscultadores??!! Não querendo dar uma de rapariga do monte não perguntei a ninguém, então começo discretamente a olhar para as pessoas que já os estavam a usar tentando perceber como os tinham ligado, e infelizmente não consegui ver nada =\ subitamente, olho para os bancos a meu lado e num deles reparo numa pequena figura "ahah...então é aqui!!!" eu já tinha olhado para os braços de apoio do meu banco, mas não vi nada que indicasse, e assim começo a minha busca sobre aquilo que quero ver durante as próximas 7h de viagem. Enquanto estou nesta busca, um simpático hospedeiro oferece-me uma toalha quente e com cheiro a limão, mais uma vez não fazia a mínima ideia para que é que aquilo servia, então discretamente olho à minha volta, e vi toda a gente a limpar as mãos..pensei para mim "isto é um pouco estúpido" tendo em conta que vamos começar a viagem agora, mas lá me juntei ao resto dos passageiros e fiquei com as mãos bem perfumadas a limão. Passado uns minutos mais uma entrega, desta vez era o panfleto com o menu: entrada, salada de massa com tempero português azeitonas e queijo feta (e mais uma vez pensei para mim, "o queijo feta não é português"), seguido de caril de borrego ou peito de frango assado com puré, molho pimenta e legumes (escolha óbvia, frango, para comer caril mais vale comer onde ele é realmente bom, na Índia), de sobremesa uma compota de maça com natas e crumble (sim, eu não sei para que servia a toalha mas sei o que é um crumble) e bolachas de agua e sal com doce de morango. Depois de vista a ementa, lá escolhi o filme. Mais uns minutos, e aproxima-se o simpático hospedeiro, com um pequeno snack salgado e uma bebida. Encostei-me, e fui aproveitando a viagem. Ainda eram 16h(em Portugal) e já eu estava a viajar de noite. Então pensei, se calhar mais vale aproveitar e vou tentar dormitar um pouco, escolhi um cd de "Relaxation" e fechei os olhos. É óbvio que dormi muito pouco! Já perto da chegada voltaram a dar umas bolachinhas e uma bebida, e de novo a toalha (agora sim fazia sentido). Ao olhar pela janela vejo as luzes das cidades lá em baixo, era um mundo mágico negro pintalgado de laranja, amarelo e branco (assim como o tecto do avião a imitar as estrelas). E eis que ouço a voz do piloto, "Ponham os cintos que vamos começar a descida"...estava a chegar ao Dubai!
Desço as escadas e entro num pequeno autocarro, andámos cerca de 15min às voltas até chegarmos à porta das chegadas. Ao passar aquelas portas, entro num novo mundo, milhares de pessoas à minha volta sem saber para onde ir, até que oiço uma voz meio abafada pelo barulho da multidão
- All transfers to this gates.
... e lá fui eu em direcção a essa voz. E agora?! não havia placas, nem letreiros nem nada que me indicasse o que fazer a seguir, procurei alguém que me parecesse de ali para ir perguntar. então lá encontrei um rapaz todo bem fardado (mas com metade do meu tamanho) e pedi-lhe indicações,
 - É só subir que encontra indicações.
... agradeci e sorri (simpatia calha sempre bem), e lá me dirigi para o sitio em que apontou, subi as escadas olha à minha volta, e mais uma vez, nada que me indicasse para onde seguir, vejo duas raparigas sentadas e com ar de quem trabalhava lá
- Podem dizer-me como vou para a porta de embarque?
.. e qual o meu espanto quando oiço...
- Basta subir que encontra indicações.
 Outra vez!!! Pelos visto ainda não tinha subido o suficiente, mais um lance de escadas (e sempre com a minha mochila de 7kg as costas e botas de campo nos pés). Finalmente, ecrãs indicativos e placas para me orientar, lá descobri qual a minha porta de embarque e reparo na ultima coluna do ecrã "Tempo a pé", e a minha porta correspondia a 15min a andar a pé desde o sitio onde eu estava até à porta de embarque =S já que era para andar (e eu estava toda trocada com as horas) mais vale fazê-lo rápido, segui em frente que nem touro, à minha volta montes de lojas e imensas pessoas a comprar, qual Vasco da Gama ou Colombo, o aeroporto do Dubai metia-os aos dois lá dentro e ainda sobrava espaço. Apesar de ter de caminhar muito não dava para me perder, era só seguir em frente, finalmente vislumbro C21, a caminhada tinha terminado bastava esperar pelo próximo voo. Saquei do telefone, e para meu espanto tenho rede, telefono logo à mãe a dizer que cheguei e que está tudo bem. Entretanto, perco o Marco Paulo, pois viajava em 1ª classe, e não apanhou o mesmo autocarro que eu, apenas voltei a mirá-lo ao chegar à porta de chegada.
Volto a entrar noutro avião, mais uma pastilha na boca (não vá desta vez ser pior para os ouvidos) e tento achar o meu lugar, desta vez não ia tão espaçosa (no primeiro avião, eram 3 lugares e íamos só duas, aproveitámos o lugar do meio para colocar todos os apetrechos que nos são dados) já havia um senhor e uma senhora sentados, e o meu lugar era o da janela. O espaço da bagagem estava todo ocupado e tive de pedir ajuda a uma simpática hospedeira que gentilmente me colocou a bagagem num compartimento mais atrás. Fiz os senhores levantarem-se e sentei-me no meu lugar e pensei para mim "ainda bem que este voo é só de 3h40min", pois os lugares são apertados e o senhor do meu lado digamos que ocupava um bocado de espaço. Mais uma vez, as tais toalhinhas, e qual o meu espanto ao ver o senhor do lado e mais uns quantos a limpar a cara (boa, agora sim fazia sentido as toalhinhas), depois de um voo de 7h mais 2 de escala precisava de me refrescar, então imitei-os, esfregando bem a cara e os olhos e mais uma vez as mãos. Desta vez o menu era de pequeno almoço e não de jantar: Entrada uma salda de fruta, depois 3 escolhas, omelete de queijo cheddar com acompanhamentos, ovos mexidos com cebolinho salsichas de frango batatas assadas e molho de tomate, e qualquer coisa típica do Dubai que já nem me lembro do nome, pão doce com manteiga e um queque. Ao mesmo tempo que nos entregavam o menu, foi nos entregue também um papel para preencher-mos "India arrivals", olhei com cuidado para aquilo, era fácil de preencher, não sabia era o que fazer com ele e onde entregá-lo e para que servia. Como vi toda a gente a guardá-lo fiz o mesmo (virei macaco de imitação, lema da viagem "quando não sabes o que fazer, faz o mesmo que os outros"), voltei a por o cd de "Relaxation" e com o cansaço foi mais fácil adormecer, apesar de a qualquer barulho ou movimento acordar. Foi assim que acordei com uma hospedeira a dar o pequeno almoço ao meu companheiro do lado..."se calhar já perguntaram o que queríamos, e como estava a dormir não me perguntaram" e então feita "menina do monte" pedi à simpática hospedeira que queria comer também,
- Sim sim, os pequenos almoços vão já ser servidos a seguir.
...agradeci a informação e pus-me a pensar "quem será este marmanjo para ter estes privilégios??" enfim... Desliguei por mais uns minutos, e dou conta que agora sim estão a servir os pequenos almoços, tive de cortar as salsichas quase de lado e comer com a tigela na mão porque o senhor não me dava espaço de manobra para conseguir comer de faca e garfo.
- Apertem os cintos que vamos começar a descida.
...pela segunda vez estava a chegar a um novo país, e desta vez o nervosismo cresceu, lembrei-me que tinha de apanhar a mala, fazer novo check-in e que já estava na Índia, e também o maldito papel. O avião aterrou e oiço um casal a falar brasileiro "boa, é já mesmo a estes"
- Desculpe, o que preciso de fazer com este papel, pois é a primeira vez que venho à Índia?
- Basta preencher, e entregar logo ali na saída. Nós também temos de preencher, podemos ajudá-la.
Lá saí do avião, mas sempre com o coração aos pulos, por ter de ir buscar a mala em compartimento alheio acabei por perdê-los de vista. Ao entrar no aeroporto de Bengalore, deparo-me com toda a gente encostada às mesas a preencher os tais papéis "M****, não tenho caneta", olho em meu redor à procura de alguém a quem pudesse pedir, e então vejo o tal casal numa mesa, quase que sorri de alegria. Colo-me a eles, observo atentamente enquanto espero pela caneta. Depois do maldito papel preenchido, o coração bate de novo mais forte ao ver os senhores a quem o tenho de entregar sentados cada um em sua secretária e com cara de poucos amigos. Entrego o papel e espero que me deixe passar, mas não, desconfiado com a minha cara de "gandula" começa o interrogatório, porque veio, quanto tempo fica, porque não tem data de regresso, esta morada é do quê, o que faz, trabalha para o governo, enfim, o tipo de perguntas que me deixam com nó na garganta e se o meu inglês está enferrujado e não digo metade do que queria, com este nó então foi difícil de dizer uma palavras direita. Felizmente parece que as minhas justificações foram suficientes e o coração acalma, passo à fase seguinte, mais um raio-x à minha mala (com esta viagem é capaz de ter ficado radioactiva com tanto raio-x) e o meu pobre coração volta a bater, quase a querer sair para fora do peito "Agora é que vão ser elas, vão revistar o abastecimento de compromidos e afins", coloquei gentilmente a mala na passadeira, passo o detector de metais, espero pela mala....pego nela e vou-em embora!!! Nada, nadinha, mal olharam para mim. Respiro de alivio e sigo para apanhar a mala de porão. Inconfundível, grande, preta e toda mal embrulhada em papel aderente de cozinha. Espero ansiosamente que ela chegue mas sempre com receio que se tivesse perdido, mas não, ali vem ela, rolando calmamente na passadeira. Agora chegava a hora de trocar o habitual Euro pela nova Rupia, e sinto-me uma mulher rica, pois 4 notas tornaram-se em 20, e algumas com 1000 escrito nelas (1euro equivale a 0,012rupias). Ao seguir para o próximo Check-in, deparo-me à saída com mais dois homens com cara de poucos amigos, esperam que lhes entregue uma pequena parte destacável do "maldito papel", ao entregar o senhor olha para mim com ar de desconfiado
- Não é o suficiente, mas ok.
...pelos vistos houve partes que o tal casal brasileiro disse que não valia a pena preencher, mas que este senhora agora achava que eu não tinha preenchido por estar a esconder alguma coisa. Mas como me disse para seguir, perguntei-lhe apenas onde fazia o check-in e segui em frente. Mais uma vez, para conseguir chegar onde queria tinha de passar um segurança, desta vez penso que fosse da policia devido à farda. Volto a imitar as pessoas à minha volta e entrego-lhe o bilhete e o passaporte. Nem para mim olhou, mas deixou-me passar. Com este nervoso todo, a minha boca era um deserto com tanta sede "Ok, está na hora de fazer a primeira compra na India", pedi a agua e pedem-me 15rupias, ao mexer no dinheiro apercebo-me que só tenho notas de 100, basicamente estava a pagar 15cent com uma nota de100euros. Sentei-me um pouco para me acalmar e beber a água. Como não tinha noção das horas achei que era melhor esperar depois de tudo tratado, procurei o balcão da JetAirways e esperei na fila na qual fui abordada por uma senhora baixinha e loira a perguntar se sabia falar francês, como nem consigo arranhar no francês e ela não sabia inglês, a conversa ficou por aqui. Chega a minha vez, gentilmente colocam a mala na passadeira e o mostrador apresenta 28kg (quando eles só aceitam 15kg), como sabia que tinha excesso de bagagem já tinha a carteira na mão e estava pronta para pagar, mas a senhora entrega-me o novo bilhete com o passaporte e deseja-me Boa Viagem, desta vez fiquei tão incrédula que tive de perguntar:
-Não preciso pagar?
-Não.
-Ahh, ok. Pensei que tinha excesso de bagagem.
Sorri e agradeci. "Yeeiii."
Desta vez não tive de pedir indicações, estava tudo bastante bem sinalizado e cheguei num instante à minha porta de embarque. E ainda faltavam 2horas para a chamada. Como já tinha alguma fomeca, e sabia que não forneciam nada no próximo voo, armei-me em corajosa e decidi ir comprar comida. Ponho-me a olhar para as sandes à procura de qualquer coisa simples para não ter muito choque...mas não encontro nada! Todas as sandes contêm alguma coisa que acho que não será bom para aquela hora da manhã (pois enquanto em Portugal eram 5 da manhã, aqui já eram 9.30). Lá escolhi aquela que me pareceu mais suave, omelete com aipo e molho de alho, e ainda me ofereceram ketchup ao qual não recusei. Tive uma luta complicada com o pacote de ketchup mas lá o consegui abrir e por na sandes, na esperança de o seu sabor camuflar algum que eu desgostasse "Ehh, afinal não é assim tão mau" pensei eu na primeira dentada, à segunda já foi diferente, comecei a sentir o picante do molho, mas a fome era tanta que até me soube bem, valeu-me a bem-dita garrafa de água que tinha comprado anteriormente. Voltei para a porta de embarque, e tentei contactar a família. Tinha a rede toda, mas a chamada não se fazia, desligava-se automaticamente, as mensagens não eram enviadas e não conseguia ligar-me à net. Após várias tentativas comecei a preocupar-me, pois sabia que os meus pais esperavam ansiosamente por uma resposta minha e eu não conseguia comunicar com eles. Enfim, nada podendo fazer fiquei à espera da chamada.
Começava a última etapa da minha viagem, entrei no autocarro (no qual cedi amavelmente o meu lugar a uma senhora asiática com bebé ao colo) e fomos para o avião. Desta vez o avião era bem mais pequeno e qual o meu espanto quando vejo a senhora loira e baixinha a falar português com o marido, com tanta alegria por ver alguém português apontei para a senhora sorrindo de orelha a orelha(quase piscando o olho) e disse:
- Afinal fala português!
A senhora ficou a olhar para mim estupefacta e depois de alguns segundos lá me reconheceu e começou a rir.
Sentei-me mais uma vez ao lado da janela, e tinha mais uma hora de voo pela frente. O cansaço já era tanto que mal me sentei comecei a fechar os olhos, o avião ainda não tinha levantado voo e já estava quase a dormir, e assim vim ate quase a chegar a Goa. A aterragem foi bem mais brusca e mexida, mas finalmente tinha chegado ao meu destino, Dabolim. No autocarro, posiciono-me ao lado da senhora e a conversa começa: o que faz aqui, de onde vem, para onde vai...ao sair, desejámos uma boa estadia e nem nomes dissemos. Ao entrar no aeroporto começa o choque, Ganesha para um lado velas para o outro. Desço umas escadas e encontro o sítio para levantar a bagagem, não existe outra melhor expressão para descrever "pareciam formigas num formigueiro", indianos por toda a parte e alguns "brancos" perdidos no meio sem saberem muito bem o que fazer. Lá consigo chegar perto do tapete rolante, e já na India sê indiano, ao ver a minha mala cheguei-me à frente furando entre as pessoas peguei nela e pronto. Como tinha prometido uma fotografia da homem com o cartaz à minha espera, pus a máquina fotográfica ao pescoço, e posicionei o dedo, de modo a tentar tirar a foto sem que a pessoa desse conta. Ao sair pela porta do aeroporto, o choque foi ainda maior, mil e uma pessoas, todas com os olhos postos em nós e de cartazes na mão, varri cuidadosamente todos os cartazes com os olhos na esperança de ver o meu nome, como não era nenhum dos que estavam logo à frente continuei a andar sempre procurando o meu nome, até que finalmente tive um vislumbre

Goa Foundation
Ana Portugal
e o número do voo.
Rapidamente me aproximei e premi o botão da máquina enquanto me tentava apresentar. Este foi o resultado:

 Quem me esperava era aquele senhor ao fundo com calças pretas e camisa branca segurando o papel na mão, infelizmente fotos tiradas às escondidas não ficam muito boas.
Depois das apresentações, seguimos para o exterior onde o caos estava instalados, carros parados com gente a entrar, carros a querer passar, enfim um caos autêntico. O meu "motorista" pediu-me para ali esperar enquanto ia buscar o carro, e assim fiz, entretanto fui abordada várias vezes a perguntarem se queria um táxi.

Mais uma vez, foi uma fotografia tirada à socapa, para não dar uma de "turista". Entrei no carro e começa a maravilhosa viagem até Mapusa. Não tirei nenhuma foto, pois vinha a absorver tudo o que via, ouvia, cheirava e sentia. A condução na Índia, tem muito que se lhe diga, tal como os ingleses, têm o volante do lado direito e conduzem do lado esquerdo da estrada, depois ter traço continuo ou não ter é igual, desde que haja espaço, faz-se a ultrapassagem, e depois existem as buzinas...que servem para tudo, desde um simples "Olha que eu estou aqui", a um "desvia-te que quero passar" ou já como em Portugal "Cuidado com o que estás a fazer que eu estou atrás de ti". Se ultrapassa... apita, se vê um mota na berma da estrada...apita, se um carro está numa transversal para entrar...apita...enfim...pode-se dizer que foi das viagens de carro mais assustadores e divertidas que já fiz. E sempre é verdade, as vacas andam mesmo no meio da estrada e temos de lhe dar prioridade, da primeira vez que tivemos de nos desviar de mãe e filha e estavam calmamente a atravessar não pude deixar de sorrir. E os cães, vi imensos à beira da estrada e esses sim mal nutridos e mal tratados, a maioria deles cheios de sarna quase sem pêlo, foi chocante mas ao mesmo tempo já vinha preparada para isso. E com isto vem outra coisa para o qual já estava preparada, as necessidades, em Portugal é normal aqui e além ver um homem (que já mais apertadinho) encosta o carro à beira da estrada e faz o seu xixi, pois aqui também é normal, de 100 em 100 metros via-se um homem de costas viradas para a estrada e com ele na mão..uma das vezes até em pares. 
Por fim, chegamos a Mapusa!




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