sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Da(r) Vida à Morte

Posso dizer que desde que cheguei à Índia consegui seguir quase todas as celebrações desde o início da vida até à morte. 

Aqui a Morte é 'celebrada' de forma um pouco diferente, e das várias religiões presentes apenas tenho conhecimento das celebrações cristãs e hindus. 

No funeral cristão o corpo permanece em casa; as pessoas vestem-se de preto e branco e os fatos e vestidos que estão encafuados nos armários saem nestes dias. O corpo é depois levado até à igreja e daí para o cemitério, todo o caminho acompanhado ao som de músicas melancólicas.

Quando morre alguém hindu, o corpo não é enterrado, tradicionalmente seria queimado numa pira, mas actualmente usam os crematórios, e só os homens são permitidos a entrar. Neste caso, as pessoas vestem-se apenas de branco, e os familiares mais próximos permanecem em casa durante 15 dias. 



Em algumas aldeias mais remotas, a coisa dá-se de maneira diferente, as bandas tocam músicas alegres e até há foguetes no ar, celebrando a passagem desta vida para a próxima. 

Depois de entrar em contacto com todas estas formas de 'aceitar' a morte de alguém, há dois pontos que para mim são a maneira mais bonita de reconhecer a 'passagem' de alguém: as vestes brancas dos hindus, mostrando um caminho de paz e luz para o que vem a seguir, aceitando a morte como sendo parte da vida, enquanto as vestes negras apenas dão à morte a sensação de escuridão e tristeza; e as músicas alegres das aldeias, celebrando a vida melhor que vem depois desta!



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