O dia começou bem cedo...às 5.30h da manhã toca o despertador...visto-me, arrumo o resto das coisas e faço-me à estrada! Com o medo a acelerar o coração, e a adrenalina a aumentar sigo rua abaixo ainda com noite cerrada, já se começa a ver movimento nas ruas (apesar de mal iluminadas), as suas cabeças viram ao verem-me passar na rua..roupa esquisita carregada com malas e pele branca reluzente!!! Afinal o perigo veio de quem menos esperava, um canito dormindo acordou ao ouvir-me passar e do nada desata a correr atrás de mim e a ladrar chamando os amiguinhos todos, sem nunca olhar para eles continuei o meu caminho, mas quando dei conta já tinha 4 cães atrás de mim...ao fim de 500metros acharam que já chegava e foram à sua vida mas ainda remoendo!!!
Chego finalmente à paragem dos autocarros, ao contrário do que é habitual devido à hora matinal, deparo-me com silêncio e calma total...apenas alguns dos autocarros davam luz ao caminho. Após 30min de viagem chego a Panjim, ao por a mochila ao ombro a alça parte-se..."Não faz mal, agora ando com estilo, com a mochila só num ombro". Felizmente uma Moto-táxi aproximou-se rapidamente, e segui a minha viagem...e por estranho que pareça e ao contrário do que estava à espera o taxista foi completamente "honesto" e pediu um preço completamente razoável (aquela hora da manhã, uma rapariga branca e ainda por cima carregada, estava à espera de um preço bem mais alto). Ao descer da mota, ironia do destino, a outra alça parte-se "Agora sim tou lixada (não foi bem isto que pensei mas não quis ferir susceptibilidades) como vou fazer para andar no meio do mato sem mochila??!!" Como o meu "motorista" ainda não tinha chegado, sentei-me com calma, e pus-me a olhar para os estragos...afinal havia maneira de arranjar...passava agora a ter o sonho de qualquer miúdo "dredd": uma mochila sem o regulador do tamanho das alças, em que a cada paço a dita cuja bate no rabo sendo bastante desconfortável e barulhento, ainda para mais completamente cheia com o computador, máquina fotográfica, disco externo e outros apetrechos electrónicos...mas ao menos tinha uma mochila "funcional".
5min, 10 min, 20, 30, 40min passaram e nada de motorista...finalmente decido que é melhor ver o que se passa..e o meu medo da noite anterior tinha-se realizado, ninguém tinha providenciado o motorista para me levar para Bondla. Felizmente, assim como parece que tenho alguém a jogar-me pragas parece que também tenho uma estrilinha que me ajuda e remedeia as situações complicadas. Bastou um telefonema e tinha motorista à minha disposição. Pois então, calhou-me o Segurança Nocturno do Rescue Center ali perto "Boa, dão-me uma pessoa que passou a noite sem dormir para fazer uma longa viagem"!!! A viagem foi feita a alta velocidade, e um caminho que demora hora e meia a fazer demorou 45min...e só no fim vim a perceber porquê...o rapazito às 9.30 tinha um part-time como motorista que ninguém sabia...e nós abalámos às 8 de Panjim. Estranhamente, apesar de toda aquela velocidade e manobras perigosas o meu coração manteve-se calmo e o medo acalmou...Acho que o facto de não saber como fazer as coisas é pior para mim do que andar numa estrada com trânsito louco a 100km/h.
Finalmente Cheguei!!!
Chego finalmente à paragem dos autocarros, ao contrário do que é habitual devido à hora matinal, deparo-me com silêncio e calma total...apenas alguns dos autocarros davam luz ao caminho. Após 30min de viagem chego a Panjim, ao por a mochila ao ombro a alça parte-se..."Não faz mal, agora ando com estilo, com a mochila só num ombro". Felizmente uma Moto-táxi aproximou-se rapidamente, e segui a minha viagem...e por estranho que pareça e ao contrário do que estava à espera o taxista foi completamente "honesto" e pediu um preço completamente razoável (aquela hora da manhã, uma rapariga branca e ainda por cima carregada, estava à espera de um preço bem mais alto). Ao descer da mota, ironia do destino, a outra alça parte-se "Agora sim tou lixada (não foi bem isto que pensei mas não quis ferir susceptibilidades) como vou fazer para andar no meio do mato sem mochila??!!" Como o meu "motorista" ainda não tinha chegado, sentei-me com calma, e pus-me a olhar para os estragos...afinal havia maneira de arranjar...passava agora a ter o sonho de qualquer miúdo "dredd": uma mochila sem o regulador do tamanho das alças, em que a cada paço a dita cuja bate no rabo sendo bastante desconfortável e barulhento, ainda para mais completamente cheia com o computador, máquina fotográfica, disco externo e outros apetrechos electrónicos...mas ao menos tinha uma mochila "funcional".
Finalmente Cheguei!!!
Foi-me então apresentado o meu quarto para os próximos dias...esperava um quartinho simples mas quando vi o que me esperava os meus olhos até brilharam...
Um quarto redondo, com cama ao centro e janelas a toda a volta...Era óptimo acordar de manhã, olhar pelas janelas e ver toda a Natureza a acontecer lá fora!
As refeições foram providenciadas pelo restaurante que dá assitência a todos os Bungalows do Sanctuário.
O resto dos quartos disponiveis estavam ocupados por um grupo de Yoga...o Professor vem todos os anos com um grupo para aqui numa espécie de retiro espiritual, vêm de todos os cantos do mundo...quando os vi todos juntos pela primeira vez ao jantar, a vontade de me juntar a eles era enorme...queria saber tudo sobre eles, queria ter a paz que eles tinham estampada nas suas caras, queria o conhecimento e a vida que eles têm...infelizmente o cansaço era tanto que a única coisa que consegui foi arrastar-me até ao quarto e jogar-me para a cama. Durante esse dia visitei o Zoo e os Jardins..e durante a tarde fiz o trilho pelo meio da floresta. Isto pode não parecer muito, mas tendo em conta que toda a área é de serros, andar 100 metros parecia 1km. Principalmente a parte do trilho..pedras soltas, árvores galhos e ramos, e inclinações de 50%...não foi pera doce!!!
No segundo dia, ao pequeno-almoço fiquei a saber que o grupo tinha entrando em Meditação e por isso iriam ficar em Silêncio nos próximos 3 dias "Lá se foi a minha oportunidade de falar com eles"
Mesmo até naquele silêncio eu queria juntar-me a eles...não sei...mas a ideia de passar 3 dias sem falar com ninguém...ficar sozinha com os meus pensamentos pareceu-me uma óptima ideia...o que até é estranho, pois Solidão é sentimento constante desde que cheguei.
Após o pequeno-almoço, uma omelete simples (simples para eles é com tomate, cebola e pimentos picados), pão torrado e Chá de gengibre com leite...um boost de energia perfeito para começar o dia...Peguei na minha máquina e sai para explorar a estrada sozinha...
Veados, macacos, borboletas e aves, todos eles me cruzavam o caminho...Em silêncio (tirando o barulho da mochila a bater-me no rabo) todos eles me aceitavam perto e toleravam a minha presença, mas constantemente se ouvia o barulho das buzinas e dos motores dos carros que iam para o Zoo. O trânsito e barulho são constantes neste sanctuário...
Foi uma manhã repleta de fotografias e de satisfação pessoal! A nível profissional..nem por isso...talvez por ser mulher, talvez por ser branca...talvez por ser uma mulher branca, senti que não me levavam a sério, nenhuma das minhas perguntas foi levada a sério, e algumas nem obtiveram resposta!!! Foi extremamente frustrante ser empurrada de Ranger, para Guarda, para Assistente, para Ranger outra vez...ninguém queria responder, ou tinha medo de responder...
Na manhã do terceiro dia, voltei a por a máquinha ao ombro e segui na direção contrária, desta vez para ver o lago dos Crocodilos..infelizmente só vi mesmo o lago...
Já sabia que tinha gosto pela fotografia, mas durante estes dias ainda mais viciada fiquei...dei por mim fixada em conseguir a melhor fotografia que conseguia das caras dos animais, ou das expressões/sentimentos que me transmitiam...foi por isso que criei o albúm "Looking the Animals in the Eyes" no Facebook...assim toda a gente pode dar a sua opinão sobre o que sente quando um animal lhe olha directamente nos olhos!!!
Ahhhh..e para terminar quero contar a história do Froggy!!! Froggy foi o meu companheiro de quarto (ou melhor de casa-de-banho). Ao chegar no primeiro dia, desfiz as malas e dirigi-me à casa de banho para fazer o meu xixi...depois da bexiga aliviada, levanto-me, e qual o meu espanto quando ao jogar a mão ao autoclismo vejo uma pequena rã confortávelmente sentada no assento da sanita...
A verdade é que não sei se ele já lá estava quando me sentei, ou se saltou quando me levantei..o certo é que o Froggy teve durante dia e meio vista previligiada das minhas partes intimas... Como não me importava que o bixaroco andasse por ali, segui com o que tinha a fazer e deixei-o lá...quando voltei já não o vi...vim mais tarde a reparar que cada vez que despejava o autoclismo via uma pequena pata a escorregar, tinha-se escondido no rebordo da sanita por onde sai a água...sem maneira de o fazer sair...deixei-o ficar...partilhando a sanita com ele...quem saía a perder era ele! Finalmente, no meio do segundo dia, achei por bem que seria melhor devolvê-lo ao seu meio natural...se não o tirasse dali sabe-se lá quanto tempo o bixo iria viver numa sanita, além de que comecei a ter medo de o mandar pelo cano abaixo cada vez que despejasse o autoclismo...e sinceramente acho que uma sanita não é casa para ninguém, nem mesmo para uma rã! Lá arranjei um pau e fiz com que saísse do seu esconderijo..saltou cá para fora...andámos a brincar ao Gato e ao Rato pela casa de banho toda..até que finalmente o agarrei e o fui deixar no jardim...Agora pensando bem...só espero que o Froggy não fosse uma Ela...e não tenha achado a sanita um bom sítio para pôr os seus ovos...Ups..devia ter visto ser havia ovos!!! =|